Monday 29 November 2010

Festival Hydrophonia 2010

 “Hydrophonia ” é um Festival de Arte Sonora que parte da utilização de hidrófones para consciencializar o público sobre a contaminação acústica dos nossos oceanos. Realizado durante o dia 20 e 30 de Outubro no espaço cultural da Caixa Madrid, em Barcelona, a edição de 2010, contou com a participação de vários artistas e investigadores, entre outros: Kim Cascone (curador do festival), Lars Kinderman, Gianni Pavan, Tomoko Sauvage e Mike Rooke.
Nos “workshops”, Gianni Pavan, presidente do Centro Interdisciplinar de Bio-acústicas e Pesquisa Ambiental, abordou o tema da gravação com hidrófones, sua análise e interpretação, a partir da sua vasta experiencia nesta área. Tomoko Sauvage destacou-se ao apresentar o trabalho artístico que tem vindo a desenvolver com taças de água e hidrófones. Esta artista japonesa, residente em Paris, realizou ainda uma performance/concerto onde  fez música com água. Mike Rooke, veterano da indústria dos vídeo-jogos nos anos 80 e investigador de tradutores acústicos, orientou um “workshop” de construção de hidrófones caseiros.
Nas conferências abordou-se o tema da poluição dos nossos oceanos e o seu impacto na vida subaquática de várias espécies marinhas, nomeadamente as baleias que necessitam do som para se deslocarem, comunicarem e interagirem.
Através da captação subaquática com hidrófones apercebemo-nos de uma realidade pouco conhecida mas bastante preocupante: o ruído a que diariamente estão sujeitos os nossos oceanos (note-se que o som desloca-se na água a uma velocidade cinco vezes superior que no ar), pela intensificação do tráfego de navios, a construção nas zonas costeiras,  a poluição sonora emitida pelas povoações situadas no litoral, sem esquecer, a crescente poluição química.
Neste Festival tivemos a oportunidade de escutar alguns dos ruídos que contaminam os oceanos graças ao trabalho de pesquisa e captação de grande qualidade, realizado por alguns dos conferencistas.
Em contrapartida, Lars Kinderman mostrou-nos sons muito limpos, captados no oceano antárctico, falou-nos ainda do seu trabalho de identificação de espécies marinhas através do som.
Os concertos tiveram um componente mais experimental e proporcionaram um experiência única aos participantes.
A avaliar por esta edição, o  Festival “Hydrophonia” tem cada vez maior número de adeptos e contribuído muito na decifração de um universo sonoro subaquático ainda por conhecer. 

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